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Marquise: uma proteção ou um risco?

Se há uma parte da edificação que fica esquecida são as marquises dos  prédios residenciais e comerciais. Pensadas inicialmente como uma proteção na entrada  ou no perímetro das edificações contra a chuva ou como um recurso para projetar  sombras, quando mal cuidadas, podem se transformar em um elemento de risco aos  transeuntes e aos moradores. Ao parar para pensar, essa peça estrutural é ignorada  durante quase 8 meses por ano, afinal de contas, o tempo seco supera o período  chuvoso. Logo, sem chuvas, não há ―pinga pinga‖ na cabeça de ninguém, então, o  pensamento a curto prazo ganha espaço quando o assunto é manutenção. Como não  houve vazamento ou transtornos durante um bom período de tempo, não se cogita em  reservas orçamentárias para a manutenção corretiva ou preventiva, assim, a falta dessa  previsão está diretamente relacionada à ausência de um plano de manutenção. Contudo,  quando o problema está instaurado, muitos gestores condominiais são direcionados a  uma contratação de serviços emergenciais, e com isso — em muitos casos — tem-se  como parâmetro o menor preço com escopos sem critério técnico ou as famosas  ―gambiarras‖, buscando, sobretudo, não interferir o fluxo das pessoas sob o pensamento  de que não se pode atrapalhar o comércio ou as pessoas que circulam pela calçada. E  assim, no momento de reparo, coloca-se uma calha ali, mais uma camada de manta  asfáltica lá, tampa os buracos com argamassa, depois enche de emendas de manta  aluminizada, e até uma nova camada de contrapiso se torna uma opção.

Tudo isso  desconsiderando que aquela projeção externa (marquise) ao prédio possui uma carga  máxima de trabalho, e caso ultrapasse o peso, a ruptura torna-se inevitável.

Além desses  pontos, como agravante, temos que falar sobre falhas por mau uso. Quando algumas  cargas e equipamentos condensadores que excedem ao peso admissível são  posicionados sobre as estruturas em balanço provocam deformações que agravam as  infiltrações e submetem as estruturas em concreto armado a comportamentos que  divergem do executado. Por fim, é necessário conscientizar os síndicos e os  administradores que entendam que, de maneira análoga a um automóvel, a manutenção  preventiva pode reduzir acidentes e custos e garantir um bom desempenho e  durabilidade. Além de, quando necessário, realizar intervenções que investiguem não  somente os problemas como também as suas causas através de inspeções periódicas. E  ainda, é de incumbência dos usuários a boa utilização da estrutura com respaldo nas  informações presentes nos manuais de utilização e nos planos de manutenção  previamente elaborados, pois vale se ater a ideia de que nada é eterno, nem mesmo as  estruturas que estão submetidas à ação da natureza e do ser humano.